INTRODUÇÃO À VIAGEM: RELEVO E GEOLOGIA
O nosso principal objectivo é tornar as paisagens mais claras, fazer com que elas “falem” e além da sua beleza seja possível compreender a razão das suas formas, das suas cores, da sua vegetação. Por isso, nos baseamos em mapas físicos, nomeadamente mapas topográficos e geológicos. São mapas pouco conhecidos pelos cidadãos. Todavia, estão cheios de informação útil para compreender as nossas paisagens.
Se observarmos um mapa com o relevo de Portugal (mapa hipsométrico, fig.1), verificamos que existe um grande contraste entre as áreas norte e sul do país. Esse contraste é estabelecido, nomeadamente pela Cordilheira Central.
Esse facto vai ter grandes consequências nomeadamente a nível climatológico. Com efeito, as regiões montanhosas do Norte são os primeiros receptáculos das correntes húmidas vindas do Atlântico. E por isso existe uma precipitação bastante mais elevada a norte do que a sul do país. Além disso, as regiões a Sul ficam numa situação de abrigo em relação aos ventos de noroeste. As massas de ar perdem a sua humidade ao passar sobre a montanha e, a sotavento, tornam-se secas e aquecem, pela simples compressão do ar (efeito de Fohen).
Por isso, tantas vezes se fala do contraste entre a região norte e a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela.
A sul desse alinhamento as altitudes são muito menores e concentram-se em certos relevos (Serra da Arrábida, Serra de São Mamede, Serra de Monchique e do Caldeirão).
Curiosamente verifica-se que alguns elementos do relevo, a norte da cordilheira Central, apresentam uma orientação NNE-SSW, sobretudo ao longo da grande falha Verín-Penacova. Enquanto que, a Sul da cordilheira Central, observamos alguns tramos com uma clara orientação NW-SE e, por vezes (Serra da Arrábida, cordilheira Bética) com uma orientação muito diferente: ENE-WSW.
O nosso principal objectivo é tornar as paisagens mais claras, fazer com que elas “falem” e além da sua beleza seja possível compreender a razão das suas formas, das suas cores, da sua vegetação. Por isso, nos baseamos em mapas físicos, nomeadamente mapas topográficos e geológicos. São mapas pouco conhecidos pelos cidadãos. Todavia, estão cheios de informação útil para compreender as nossas paisagens.
Se observarmos um mapa com o relevo de Portugal (mapa hipsométrico, fig.1), verificamos que existe um grande contraste entre as áreas norte e sul do país. Esse contraste é estabelecido, nomeadamente pela Cordilheira Central.
Esse facto vai ter grandes consequências nomeadamente a nível climatológico. Com efeito, as regiões montanhosas do Norte são os primeiros receptáculos das correntes húmidas vindas do Atlântico. E por isso existe uma precipitação bastante mais elevada a norte do que a sul do país. Além disso, as regiões a Sul ficam numa situação de abrigo em relação aos ventos de noroeste. As massas de ar perdem a sua humidade ao passar sobre a montanha e, a sotavento, tornam-se secas e aquecem, pela simples compressão do ar (efeito de Fohen).
Por isso, tantas vezes se fala do contraste entre a região norte e a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela.
A sul desse alinhamento as altitudes são muito menores e concentram-se em certos relevos (Serra da Arrábida, Serra de São Mamede, Serra de Monchique e do Caldeirão).
Curiosamente verifica-se que alguns elementos do relevo, a norte da cordilheira Central, apresentam uma orientação NNE-SSW, sobretudo ao longo da grande falha Verín-Penacova. Enquanto que, a Sul da cordilheira Central, observamos alguns tramos com uma clara orientação NW-SE e, por vezes (Serra da Arrábida, cordilheira Bética) com uma orientação muito diferente: ENE-WSW.
Fig. 1: Mapa hipsométrico do ocidente da Península Ibérica. elaborado com o software Global Mapper 19.1
Fig. 2: As grandes regiões estruturais da península Ibérica. Extraído de: Mapa Geológico da Península Ibérica, Baleares, Canárias, Madeira e Açores escala 1M (IGME-LNEG)
Considerando o conjunto da Península Ibérica, É possível compreender que existe um substrato antigo que corresponde ao Maciço Ibérico ou Hespérico, dividido em diversas zonas e um conjunto de formações mais modernas que estão sobrepostas a este maciço (fig. 2).
No caso de Portugal podemos dividir o paı́s em grandes regiões estruturais.
• O maciço Ibérico ou Hespérico,
• As Orlas Ocidental e Meridional,
• As bacias do Tejo e do Sado.
O maciço Hespérico engloba todas as rochas de idade precâmbrica (mais de 540
milhões de anos) e paleozóica formadas, dobradas e metamorfizadas aquando da
orogenia hercı́nica, que aconteceu há cerca de 300 milhões de anos.
Essa época de formação de montanhas (orogenia) correspondeu à junção dos paleo
continentes da Laurásia e da Gondwana e à formação do supercontinente designado
como Pangea.
As litologias predominantes no maciço Hespérico são os xistos mais ou menos metamorfizados, os granitos e os quartzitos.
O maciço Hespérico ocupa todas as áreas do norte do paı́s, até Espinho.
A sul de Espinho começa a desenvolver-se, no litoral, uma espécie de concha com formações mais recentes, contemporâneas da abertura do oceano Atlântico. Essas formações desenvolvem-se até à Serra da Arrábida. E constituem a chamada Orla ocidental Meso-Cenozóica.
A sul da Arrábida, o litoral volta a ser a assentar sobre rochas antigas, até que na Carrapateira surge de novo o testemunho de rochas mais modernas, pós paleozóicas. Aé se inicia uma nova região estrutural: a Orla Meso-Cenozóica meridional.
Já que as orlas correspondem a bacias de sedimentação em que havia uma oscilação relativamente rápida do nı́vel do mar, os fácies das rochas variam bastante.
Pelo contrário, no maciço Hespérico, a litologia, à primeira vista parece muito mais homogénea, uma vez que a maior parte das rochas correspondem a formações de uma certa profundidade, em que predominam os xistos.
Fig. 3: Mapa geológico simplificado de Portugal retirado do site do LNEG,
https://geoportal.lneg.pt/mapa/#
No caso de Portugal podemos dividir o paı́s em grandes regiões estruturais.
• O maciço Ibérico ou Hespérico,
• As Orlas Ocidental e Meridional,
• As bacias do Tejo e do Sado.
O maciço Hespérico engloba todas as rochas de idade precâmbrica (mais de 540
milhões de anos) e paleozóica formadas, dobradas e metamorfizadas aquando da
orogenia hercı́nica, que aconteceu há cerca de 300 milhões de anos.
Essa época de formação de montanhas (orogenia) correspondeu à junção dos paleo
continentes da Laurásia e da Gondwana e à formação do supercontinente designado
como Pangea.
As litologias predominantes no maciço Hespérico são os xistos mais ou menos metamorfizados, os granitos e os quartzitos.
O maciço Hespérico ocupa todas as áreas do norte do paı́s, até Espinho.
A sul de Espinho começa a desenvolver-se, no litoral, uma espécie de concha com formações mais recentes, contemporâneas da abertura do oceano Atlântico. Essas formações desenvolvem-se até à Serra da Arrábida. E constituem a chamada Orla ocidental Meso-Cenozóica.
A sul da Arrábida, o litoral volta a ser a assentar sobre rochas antigas, até que na Carrapateira surge de novo o testemunho de rochas mais modernas, pós paleozóicas. Aé se inicia uma nova região estrutural: a Orla Meso-Cenozóica meridional.
Já que as orlas correspondem a bacias de sedimentação em que havia uma oscilação relativamente rápida do nı́vel do mar, os fácies das rochas variam bastante.
Pelo contrário, no maciço Hespérico, a litologia, à primeira vista parece muito mais homogénea, uma vez que a maior parte das rochas correspondem a formações de uma certa profundidade, em que predominam os xistos.
Fig. 3: Mapa geológico simplificado de Portugal retirado do site do LNEG,
https://geoportal.lneg.pt/mapa/#
O mapa da fig. 3
deverá ser consultado assiduamente. De preferência online. É completamente impossível prever a situação/aparência de um site na altura em que se for ler este texto.
No domínio da informação as coisas estão sempre a mudar. Felizmente, a maior parte das vezes mudam para melhor.
Por isso não há nada como cada um de nós explorarmos os sites que valem a pena. Nomeadamente, neste site do LNEG, se clicarmos num qualquer lugar, ele vai informar-nos da litologia, da idade, da pertença a uma dada região estrutural, etc.
Lamento imenso que certas pessoas não consigam entender a importância da geologia nas nossas paisagens e modos de vida. Provavelmente sabem da geologia muito pouco, muito menos do que deveriam.
Na verdade, não é, à primeira vista, uma disciplina simpática para a maior parte dos estudantes. As longuíssimas escalas do tempo em Geologia são difíceis de interiorizar para a maior parte das pessoas.
Curiosamente muitos estudantes adoram as saídas de campo quando lhes ensinamos a observar e a compreender as rochas. Os “calhaus” tornam-se coisas preciosas. E eles adoram recolher minerais e fósseis sempre que podem.
Deve ser um resquício das nossas aptidões primitivas como recolectores...
deverá ser consultado assiduamente. De preferência online. É completamente impossível prever a situação/aparência de um site na altura em que se for ler este texto.
No domínio da informação as coisas estão sempre a mudar. Felizmente, a maior parte das vezes mudam para melhor.
Por isso não há nada como cada um de nós explorarmos os sites que valem a pena. Nomeadamente, neste site do LNEG, se clicarmos num qualquer lugar, ele vai informar-nos da litologia, da idade, da pertença a uma dada região estrutural, etc.
Lamento imenso que certas pessoas não consigam entender a importância da geologia nas nossas paisagens e modos de vida. Provavelmente sabem da geologia muito pouco, muito menos do que deveriam.
Na verdade, não é, à primeira vista, uma disciplina simpática para a maior parte dos estudantes. As longuíssimas escalas do tempo em Geologia são difíceis de interiorizar para a maior parte das pessoas.
Curiosamente muitos estudantes adoram as saídas de campo quando lhes ensinamos a observar e a compreender as rochas. Os “calhaus” tornam-se coisas preciosas. E eles adoram recolher minerais e fósseis sempre que podem.
Deve ser um resquício das nossas aptidões primitivas como recolectores...